Atitudes de profissionais da saúde com relação à doação de órgãos

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Estudo divulgado recentemente pelo Journal of the American College of Surgeons exibe os resultados de um questionário sobre atitudes e conhecimento em doação de órgãos aplicado em salas de espera de quatro hospitais nos Estados Unidos. A pesquisa sinalizou algumas percepções errôneas sobre o processo de doação de órgãos, que impactam negativamente a disposição em doar. Os entrevistados manifestaram receio de que um pior cuidado médico fosse prestado ao paciente caso ele fosse registrado como doador de órgãos, de que houvesse custos financeiros para a família doadora e sobre a ética na alocação dos órgãos doados (sendo citado, por exemplo, o receio de uma pessoa famosa pudesse obter prioridade na lista de espera para transplante).

No Brasil, a doação de órgãos de doadores falecidos requer a autorização familiar, que é afetada pelas atitudes e conhecimentos das famílias e população em geral sobre a doação, assim como pela atitude dos profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros, que trabalham diretamente nas atividades de doação de órgãos. A atitude destes profissionais pode afetar tanto a opinião pública sobre o assunto, quanto as taxas de autorização familiar para doação de órgãos em seus hospitais de atuação.

Este tema foi retratado em artigo escrito pela coordenadora do CESS, Profa. Claudia Araújo, e uma das pesquisadoras do Centro, Marina Martins, publicado no prestigiado periódico internacional Transplantation Proceedings. O artigo investigou, através de questionário aplicado a 162 profissionais de saúde, que atuam no processo de doação de órgãos, as atitudes e conhecimentos de médicos e enfermeiros sobre a doação de órgãos. Análises estatísticas foram realizadas a partir dos resultados exibidos nos questionários, buscando identificar variáveis que impactam as atitudes dos profissionais entrevistados.

Em termos gerais, os resultados apontaram que os profissionais entrevistados se sentem capacitados para realizar as atividades relacionadas à doação e orgulhosos por trabalhar nesta área, percebida como de grande relevância social. Além disso, eles se mostraram céticos quanto a algumas desconfianças da sociedade, como o comércio ilegal de órgãos e a desfiguração do corpo do doador falecido.

Especificamente quanto aos fatores que impactam a atitude destes profissionais, os resultados indicaram que o nível educacional (possuir pós-graduação), ter doença crônica e já ter conversado com a família sobre a possibilidade de doação de órgãos afetam positivamente a atitude dos profissionais de saúde quanto à doação. Estes resultados ressaltam a importância de incentivar discussões sobre doação de órgãos dentro da família e de fornecer treinamento para os profissionais envolvidos no processo.

Outro ponto revelado pela pesquisa é a importância da conscientização dos profissionais sobre os benefícios da doação de órgãos – para a família, como oportunidade de transformar uma grande perda em um ato de solidariedade; para os receptores, em termos de sobrevivência e melhoria da qualidade de vida; e, para o nacional sistema de saúde, o transplante pode representar a tratamento mais econômico e pode fornecer aos pacientes uma vida melhor e economicamente ativa.

As associações observadas na pesquisa trazem insights para políticas públicas da área, sinalizando a importância de incentivar as discussões sobre doação de órgãos entre os usuários dos serviços saúde e suas famílias e de ofertar o aparato adequado para profissionais que trabalham na área, em termos de treinamento e motivação.

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