Neste mês de maio convidamos Cláudia Naylor, médica do Instituto Nacional do Câncer e doutoranda do CESS/COPPEAD da UFRJ, para falar sobre a importância dos Cuidados Paliativos e a gestão de saúde.
Pessoas com doenças médicas sérias e complexas respondem de maneira desproporcional pela utilização de serviços de saúde. Nos EUA, 25% de todo o orçamento para a saúde é gasto nos Cuidados ao Fim de Vida; na Inglaterra, 20% dos leitos hospitalares são ocupados por pacientes terminais e no Canadá ocorre um aumento de custos em saúde a partir do 5º mês antes do óbito. Mas essas despesas rendem pouco valor.
Um estudo realizado na Inglaterra, em final de 2017 por instituições prestigiadas como Kings College e Cicely Saunders Institute, registrou que estão ocorrendo mudanças demográficas com um aumento da incidência, prevalência e mortalidade por doenças crônicas, bem como um aumento das condições de longa duração e multimorbidade. Haverá necessidade de mais recursos, com um aumento dos custos esperados para 2030, em torno de 25% e serviços terão que se adaptar para prover Cuidados Paliativos apropriados para esta população em mudança.
Há 15 dias, foi publicado um artigo na revista JAMA intitulado “Economics of Palliative Care for Hospitalized Adults With Serious Illness – A Meta-analysis” demonstrando que a consulta em Cuidados Paliativos dentro de três dias a partir da internação, reduz os custos diretos hospitalares para pacientes adultos com doença limitadora da vida e que essa redução foi maior em pacientes com câncer e com quatro ou mais comorbidades, ou seja, pacientes com maior carga de doença. Tais resultados sugerem que os hospitais podem reduzir custos através da expansão da capacidade em Cuidados Paliativos e que reformar um sistema originalmente concebido para fornecer atendimento agudo e episódico é essencial para sua sustentabilidade a longo prazo. O objetivo maior é sempre maximizar os benefícios sociais com o uso mais racional e adequado dos recursos escassos existentes.
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