Imerso em um mundo globalizado e tecnológico, o sistema de saúde vive hoje um momento de profundas transformações que exigem lideranças capazes de mobilizar os recursos de maneira inovadora, apontando soluções concretas e sustentáveis. Este foi o mote do segundo Debates em Saúde do ano, promovido pelo CESS/COPPED na manhã de ontem.
O evento, que teve início às 8h, no auditório CT 2 do COPPEAD, contou com a presença de renomados executivos do setor de saúde brasileiro além de um bom um público, inquieto e questionador.
A professora do COPPEAD e coordenadora do CESS, Claudia Araújo foi a responsável pela abertura do seminário, que teve como tema “Liderança Inovadora em Saúde. Na ocasião, além de dar boas vindas a todos os presentes e apresentar os palestrantes, Araújo afirmou que o principal objetivo era discutir qual o líder queremos para enfrentar os atuais desafios.
Em seguida, o presidente do Conselho da Associação Nacional de Hospitais Privados, Francisco Balestrin, foi o primeiro palestrante convidado a falar. Para ele, os desafios fundamentais do setor hoje são de cunho tecnológico, ético e de gestão de pessoas. A fala de Balestrin foi divida em dez pontos principais, que, segundo ele, convergem entre si, tais como: governança e estrutura organizacional; liderança e recursos humanos; finanças; tecnologias e gestão de informação; qualidade e melhoria de performance; legislação e regulação; ética e profissionalismo, cadeia da saúde; gestão e negócios; diplomacia em saúde. “O gestor de saúde que só entende de saúde, nem de saúde entende”, enfatizou, em tom provocador. “O inovador precisa fazer, pensar sem fazer não é inovação. O inovador em saúde é o que faz”, completou.
Após, o membro do conselho da ASAP e do INLAGS,Paulo Marcos de Souza, apresentou questões sobre os desafios basilares do atual cenário da saúde brasileira. “Sou militante e ativista das transformações necessárias no sistema de saúde hoje. O principal obstáculo hoje a ser enfrentado é transformar o modelo mental dos atuais líderes da saúde”, afirmou. Além disso, Paulo Marcos também debateu sobre o conceito de Accountable Care Organization, aplicado no sistema norte-americano. Para ele, “é impossível que a ociosidade pública não seja ocupada pela iniciativa privada, não há outra maneira que não seja a interlocução de ambas as partes”, enfatizou.
A palestra de encerramento foi proferida pelo diretor do IBKL e da Pronep, presidente do Conselho Empresarial de Medicina e Saúde da ACRio e do CBEXS-Rio, Josier Vilar. Sua fala foi centrada na necessidade de atualização dos líderes em saúde. Para ele, é preciso pensar a saúde de forma horizontal e não vertical. “É necessário envolver outros profissionais de diferentes setores para nos auxiliar em nossas tomadas de decisões. Nosso mundo médico é muito conservador, é da natureza do profissional de saúde ser conservador. Precisamos mudar isso”, afirmou.
Após as apresentações, uma instigante e provocativa discussão entre os participantes encerrou o II Debates. Umas das questões levantadas foi proposta pelo professor do CEFFT-RJ e pós-doutorando do COPPEAD, Rafael Paim. Para ele, “a lógica da inovação está em múltiplos perfis, múltiplas setas. O gestor é aquele que pensa antes de executar, diferente do médico, que por perfil profissional, tem a tendência em agir rapidamente”, sugeriu.
Nesta edição, o evento contou com o apoio da CBEX-S, Inlags, ACRio e ASA. O próximo Debates em Saúde acontece no dia 22 de agosto e o tema será Market Acess.