Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) são fundamentais no tratamento e recuperação de pacientes gravemente doentes. Entretanto, a realidade das UTIs brasileiras aponta
para a existência de inúmeros problemas, que acabam por afetar, de forma negativa, sua eficiência, comprometendo o tratamento dos pacientes criticamente doentes. Nesse sentido, o estudo dos fatores que impactam a eficiência de unidades de terapia intensiva é de extrema relevância, pois uma vez identificados tais fatores e conhecida a forma como eles afetam a eficiência de UTIs, as mesmas podem ser melhores administradas, sendo mais eficientes. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa foi verificar, dentre um conjunto de fatores, quais têm impacto na eficiência de uma unidade de terapia intensiva e de que forma este impacto ocorre. Para tanto, primeiramente, foram mensuradas, através do método de Análise Envoltória de Dados (DEA), as eficiências de um grupo de 22 UTIs pertencentes a uma importante seguradora de saúde privada brasileira. A obtenção de escores de eficiência operacional e de escala para cada UTI do grupo permitiu a comparação entre as UTIs e a identificação daquelas mais eficientes, as chamadas benchmark, cujas características podem ser replicadas para as UTIs menos eficientes do grupo. Além disso, o método mostrou, através da análise de slacks, que o recurso que apresenta maior ociosidade é o número de profissionais de enfermagem. Em seguida, a pesquisa procedeu ao segundo estágio do modelo, a regressão truncada com Bootstrap, na qual foi verificado o impacto de certas variáveis contextuais (percentual de pacientes ventilados, média da pontuação SAPs III dos pacientes internados e grau de verticalização da UTI) nos escores de eficiência das unidades de terapia intensiva. Os resultados confirmam as hipóteses de que o percentual de pacientes ventilados
impacta negativamente os escores de eficiência da UTI e o grau de verticalização da UTI tem impacto positivo na eficiência da mesma.